sexta-feira, 27 de julho de 2012

O consumo de sódio na alimentação



Grande parte da população brasileira consome sódio em excesso. Mas o que é sódio? É a mesma coisa que sal de cozinha?

Vamos à explicação: sal e sódio não são a mesma coisa. O sal é um ingrediente alimentar composto por cloreto e sódio, cuja fórmula química é NaCl (cloreto de sódio), sendo que quarenta por cento (40%) é constituído por sódio. Ou seja, 1g de sal de cozinha (cloreto de sódio), que equivale a 1 colher de cafezinho rasa, contém 400mg de sódio. Como o sal é muito utilizado na preparação de alimentos, ele é considerado a principal fonte de sódio da alimentação.
O sódio é um nutriente essencial ao nosso organismo no que diz respeito à regulação dos fluidos intra e extracelulares, atuando na manutenção da pressão sanguínea. Porém, o seu consumo em excesso (acima de 6g de sal por dia, ou seja 2400mg de sódio/dia) é uma causa importante de hipertensão arterial (pressão alta), de acidente vascular cerebral (AVC) e de câncer de estômago. Devido a isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sódio seja de até 2000mg por dia.

      O excesso de sódio ingerido pela população se deve principalmente ao consumo de alimentos industrializados e também à adição do próprio sal durante o cozimento e à mesa.
O consumidor deve sempre estar atento ao rótulo dos produtos industrializados. Adoçantes compostos por ciclamato monossódico e sacarina dissódica são exemplos de substâncias/ ingredientes que possuem sódio em sua composição, assim como glutamato monossódico e bicarbonato de sódio. Portanto, preste atenção na lista de ingredientes dos alimentos.           
 São exemplos de alimentos que possuem altos teores de sódio: sal de cozinha, embutidos (como salsicha, presunto, mortadela), queijos, conservas, molho de soja, sopas e molhos e temperos prontos. 

 
A redução no consumo de sal pode gerar a impressão de falta de sabor para as pessoas que têm  hábito de comer alimentos salgados. Isso acontece porque as células do paladar podem levar algum tempo (até 3 meses) para ajustar-se ao sabor menos intenso do sal. Por isso a persistência é importante. Uma opção para temperar os alimentos em substituição ao sal é utilizar temperos naturais, sem sal, como: salsinha, cebolinha, orégano, manjericão, tomilho, manjerona, alecrim, curry, estragão, folha de louro, alho, cebola, coentro, entre outros.


      Outra dica para reduzir o consumo de sal é deixar o saleiro guardado, não levando-o até à mesa. 
         Atenção serviços de alimentação (em especial as padarias): a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) divulgou, em janeiro de 2012, as Boas Práticas Nutricionais para o Pão Francês para serem adotadas, com o objetivo de promover a redução da quantidade de sal utilizada durante o seu preparo, contribuindo assim para a oferta de uma alimentação mais saudável à população brasileira. Confiram no link a seguir: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e3e08d8049ac92359467b66dcbd9c63c/Guia+de+Boas+Pr%C3%A1ticas+Nutricionais+para+p%C3%A3o+franc%C3%AAs.pdf?MOD=AJPERES


              Na nossa próxima postagem daremos dicas de como utilizar os diversos temperos naturais. Até logo! 

Fontes:

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Guia de Boas Práticas Nutricionais Pão Francês. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e3e08d8049ac92359467b66dcbd9c63c/Guia+de+Boas+Pr%C3%A1ticas+Nutricionais+para+p%C3%A3o+franc%C3%AAs.pdf?MOD=AJPERES. Acessado em: 25 jul 2012.

Guia alimentar para a população brasileira : promovendo a alimentação saudável / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / 
Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.








quinta-feira, 12 de julho de 2012

Julho: frutas e hortaliças

Olá!
Chegou o mês de julho! Como explicamos no mês passado, vamos consumir as frutas e verduras da época para aproveitarmos os preços, que estão mais baixos, e o melhor valor nutricional delas quando comparadas com períodos fora de safra. Veja quais são:


Abacate, coco, kiwi, laranja-pêra, lima, maçã importada, mamão papaya, mexerica, morango, nêspera, pêra, tangerina ponkan e uva importada.


Abóbora moranga, acelga, agrião, alho-poró, almeirão, batata-doce, batata-salsa/ mandioquinha, brócolis, broto bambu, cará, cebola, cenoura, cheiro verde, couve-manteiga, couve-chinesa, couve-rabana, inhame, mandioca/ aipim, mostarda, nabo, pimentão vermelho, radite e tomate.












Até logo!

Fontes:

Centrais de Abastecimento de Campinas S.A. (CEASA Campinas-SP). Alimentos de época. Disponível em: <http://www.ceasacampinas.com.br/novo/Serv_Alimentos_Epoca.asp>. Acessado em: 12 jul 2012.

Serviço Social da Indústria - SESI. Alimente-se bem com R$1,00. 6ª edição, julho/2003.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ácidos graxos interesterificados, o que são?


Olá!
Na nossa última postagem falamos sobre a gordura trans e os efeitos negativos que seu consumo excessivo traz. Hoje vamos falar sobre a interesterificação, um processo que busca uma alternativa para a substituição das gorduras trans na produção de alimentos.  
Um exemplo são algumas marcas de margarinas que possuem como ingrediente “ácidos graxos interesterificados” em substituição ao óleo vegetal parcialmente hidrogenado.

E o que é interesterificação?
A interesterificação é um processo que procura obter óleos e gorduras em consistência adequada para a produção de alimentos com baixos teores e até mesmo  ausência de ácidos graxos trans.
           
E quais são os seus efeitos na saúde?
Ainda há poucos estudos sobre o tema. Dentre eles, destaca-se o de Sundram, Karupaiah e Hayes, realizado em 2007, nos Estados Unidos. Este estudo avaliou os efeitos dos ácidos graxos interesterificados nos níveis de colesterol, de triglicerídeos, de glicose (glicemia) e de insulina no sangue.
No estudo, foram comparados 3 grupos de pessoas que receberam dietas diferentes:
- O grupo A recebeu dieta contendo óleo de palma (rico em gordura saturada)
- O grupo B recebeu dieta contendo óleo de soja parcialmente hidrogenado (rico em gordura trans)
- O grupo C recebeu dieta contendo gordura interesterificada
Essas pessoas foram acompanhadas durante 4 semanas e os resultados foram os seguintes:
         
           - Os níveis de HDL colesterol (“bom colesterol”) foram menores nos grupos B e C quando comparados com o grupo A
            - Os níveis de LDL colesterol (“mau colesterol”) foram maiores no grupo B quando comparado ao grupo A. Não houve diferença significativa entre o grupo A e C.
            - Em relação a glicemia de jejum e insulina no sangue, os resultados mostraram que a gordura interesterificada e gordura trans causaram efeitos desfavoráveis, assim como a gordura interesterificada causou efeitos desfavoráveis na glicemia após as refeições.



       É importante lembrar que o consumo de gorduras saturadas deve ser moderado - o estudo em questão não incentivou o seu consumo, apenas utilizou esse tipo de gordura para comparar com a gordura trans e com a gordura interesterificada.
Mais estudos são necessários para avaliar os efeitos das gorduras interesterificadas antes do uso indiscriminado de alimentos com esse tipo de gordura.


Fontes:

RIBEIRO, A.P.B.; MOURA, J.M.L.N.; GRIMALDI, R.; GONÇALVEZ, L.A.G. Interesterificação química: alternativa para obtenção de gorduras zero trans. Quím. Nova, São Paulo, v. 30, n. 5, Out. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000500043&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29 Junho 2012.
SUNDRAM, K.; KARUPAIAH, T.; HAYES, K.C. Stearic acid-rich interesterified fat and trans-rich fat raise the LDL/HDL ratio and plasma glucose relative to palm olein in humans. Nutr Metab. 2007;4:3. Disponível em: <http://www.nutritionandmetabolism.com/content/pdf/1743-7075-4-3.pdf>. Acesso em: 02 Julho 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES – SBD. Implicações Metabólicas das Gorduras Interesterificadas – Resultados Iniciais. Por Dr. Caio Eduardo G. Reis. 1 de Janeiro de 2009. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/nutricao-e-ciencia/470-implicacoes-metabolicas-das-gorduras-interesterificadas-resultados-iniciais>. Acesso em: 5 jul 2012.